E pior ainda, o que acontece àquelas pessoas que passam pela vida sem serem realmente amadas? Que de ano em ano, vão de mão em mão, sem nunca terem realmente sido valorizadas?
Existem os sortudos, aqueles que encontram o amor mutuo cedo, ou aqueles que não querem ou não precisam do amor para se sentirem completos. Mas o que acontece aos outros: aqueles pobres miseráveis, que tentaram, que bateram a tantas portas, na esperança de uma delas se abrir, vezes sem conta, décadas a fio? O que acontece quando finalmente uma delas se abre?
O primeiro medo é logo o de entrar, o de aceitar o convite, o de acreditar que está realmente alguém a abrir-nos a porta sem esperar nada em troca. E depois de estarmos lá dentro a muito custo, da longa e complicada fase inicial vêm todas as outras mazelas. Que me pergunto e vos pergunto se alguém dia passarão: a desconfiança, a falta de amor próprio, o medo de ser deixado novamente, o não acreditar que se é amado, a falta de capacidade de entrega,...é um medo tão grande que nem permite que se desfrute da oportunidade pela qual tanto tempo se esperou.
E como lida o parceiro de alguém "danificado"? Muitos não lidam. Ou porque não sabem, ou porque não querem ou porque não compreendem ou aguentam. Os que lidam ou tentam, devem ter em mente que nada é propositado, que tudo surge da insegurança causada com algo destruído antes deles. E que aos poucos essas feridas podem ser cicatrizadas, com muita paciência e amor. Porque um coração partido é também uma doença, que demora muito a sarar. Ou pode nunca o fazer. E é uma enfermidade que não podemos curar sozinhos (por mais que se acredite que sim). São precisas pessoas à nossa volta e o amor de uma em especial, para passo a passo se transformar um coração doente, em tempos magoado, por um coração amado e saudável.
Sem comentários:
Enviar um comentário