sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Uma semana sem ti,

"I was never one to patiently pick up broken fragments and glue them back together again and tell myself that the mended whole is as good as new. What is broken is broken--and I'd rather remember it as it was at its best than mend it and see the broken places as long as I lived." Margaret Mitchell
O dia reflecte o meu estado de espírito: tempestuoso, triste, escuro e chuvoso.
Está inconformado, como eu ainda me encontro.
E após ter passado anos, preocupada se estavas quentinho, bem agasalhado. Penso em ti hoje, num buraco de terra molhada. O meu lado racional sabe que já não sentes, que já não te afecta. Mas o meu lado emocional tinha vontade de levar uma manta e estende-la sobre a tua campa, para te trazer, de alguma forma, aconchego.
Deixaste-nos faz hoje uma semana. E a saudade é imensa. O vazio e a dor mantêm-se. Pouco mudou:continuo a chorar todos os dias, continuo apática ao mundo á minha volta, continuo a querer pegar no telefone e falar contigo. A tua camisola ainda está na minha cama, os teus objectos pessoais ainda pousados na cómoda.
Penso no teu doce olhar, ultimamente muito cansado. Na tua voz e sensatas palavras, no toque e cheiro da tua pele, em ti. E não acredito. Não sei como recomeçar, como entrar na rotina e nas conversas banais, como sorrir. Parece-me um caminho tão longo a percorrer.
Não tenho fé, nem sou crente em nenhum religião ou entidade, por isso só me resta agarrar á minha filha, ir buscar a ela as forças que preciso para sair da cama, para comer, para pelo menos...sobreviver.
Parece-me tão em vão viver, se nunca mais partilharei nada contigo.

Amo-te, paizinho.

Sem comentários:

Enviar um comentário