quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O amor `e subjectivo, o tempo relativo...

Sou bombardeada por situacoes que "me levam a ele" todos os dias.
Mas talvez toda a gente passe por isso, quando tenta esquecer alguém. E basta ver algo que me lembre dele, para a noite, isso se reflectir nos meus sonhos. O que tem sido uma constante.
Ontem vi o nome dele num jornalista da Sport Tv. Calhei de olhar quando ele apareceu, assim como o nome. E uma segunda vez, no final do programa, quando passou em roda pé.
Azar, talvez?
Já nem vou falar de todas as vezes por dia, que ligo a radio ou entro numa loja e ouço aquelas musicas, aquela meia dúzia de musicas especificas que ouvíamos enquanto construiamos a nossa relação. e quando vêem umas atrás de outras?
Mas querem ouvir pior?
Ao concorrer aos passatempos de cinema (aqueles que nunca ganho), la estava o nome dele como vencedor. Desta vez, não era um nome igual. Era mesmo o dele.
Um dia destes com a minha mãe, numa loja de roupa de homem, víamos cores de camisolas de la, para oferecer ao meu pai, no Natal.
" - Continuo a gostar muito desta cor." - Disse eu referindo-me a um verde forte, cor igual a uma camisola que lhe ofereci no Natal passado.
" - Essa, alguém la em casa tem uma."
" - Não `e alguém la em casa!" - Exclamei eu
" - Não? Então?"
Ao que eu respondi com um breve silencio.
" - Ahhh! - Exclamou ela lembrando-se - Oh, o que queres esqueço-me!"
" - Pois, - respondi baixinho - mas eu não..."
E o grande problema `e que mesmo tentando a todo o custo, há sempre algo que não me deixa, que me empurra vezes e vezes sem conta para os braços da lembrança.
Essa dita camisola, desta vez igualzinha, da mesma marca e tudo, apareceu vestida num funcionário de uma livraria, com que tive de estar uns bons 10 minutos a procura de um livro.
Mas serão as coincidencias que me fazem lembrar dele? Ou o facto de não o ter esquecido (ou o que passamos juntos), que me faz aperceber da coincidencias?
Não sei.
Mas conversava com uma amiga a uns dias, que já não via a algum tempo, que me perguntava que se tinha ultrapassado tudo, se já estava noutra.
"- Já aprendi a lidar com a traição, com a ausência, com a falta de consideração. Com o coração partido e com os sonhos desfeitos..."
" - Mas ainda não o esqueceste?"
" - Acho que não o aceitava de braços abertos. Mas acho que todos erramos, amadurecemos e apercebemo-nos dos nossos erros. Se ele tivesse chegado a conclusão que acabarmos foi um erro, se tivesse disposto a mudar...sim, ponderaria aceita-lo de volta!"
"- Ainda? Já passaram que, mais de 6 meses?" - Foi a pergunta dela
" - Sim. Quando disse que ele era para a vida, não estava enganada, nem a brincar. Sei bem o que sinto quando amo alguém."
E o que se faz quando se perde a pessoa que julgávamos para a vida? O que se faz quando nos partem o coração os pedacinhos, sem nunca mostrar a cara? O que se faz quando nos destroem todos os sonhos e esperanças, quando víamos já a vida encaminhada? O que se faz quando ouvimos dia após dia que somos amadas, que estamos ambos no mesmo barco e um dia de manha, ele se apercebe que afinal não `e bem assim?
Caímos num buraco que achamos não ter fim. Um buraco encarado com leviandade pelas pessoas que não sofrem de amor. Mas para vocês, que me compreendem: `e um buraco que nos come vivos, do qual estamos sozinhos e achamos que nunca vamos sair.
E meu menino: pode fisicamente nunca se morrer de amor. Mas pode ferir-nos de tal forma, que nos retira toda a capacidade de sonhar, de amar, de sorrir, de viver. E se isso não `e morrer não sei o que será!

3 comentários:

  1. É um sentimento muito complicado! Mas fazes bem ao seguir com a tua vida. Haverá um dia, uma hora, um minuto em que olharás para essa mesma camisola e não te lembrarás. E as músicas darão lugar a outras lembranças:)

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  2. Eu deixei "de deixar" de ser bombardeada por alusões que me levassem a ele.

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  3. Se não dá mesmo com ele, aproveita para associares coisas como a camisola ao empregado da livraria, o nome dele ao jornalista que viste na tv... engana-te ao ponto de atribuires as características dele a outras pessoas. Não sei se funciona, mas de outra forma, isso vai continuar a perseguir-te...

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